quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Sobre Troféus e Conquistas



Trata-se de um tema controverso na geração atual (quase finda) de consoles.

Troféus (no PS3) e Conquistas (no XBOX 360) são recompensas adquiridas pelo jogador ao completar certos requisitos dos jogos.

O XBOX 360 foi o primeiro a introduzir tal característica. O PS3, por sua vez, introduziu os troféus algum tempo depois de seu lançamento (tanto que alguns dos primeiros jogos do console não possuem troféus, como por exemplo, Assassins Creed 1 e Silent Hill Homecoming).

Alguns desses “prêmios” são obtidos naturalmente no decorrer do jogo, pois seus requisitos estão ligados diretamente à história, por exemplo: derrote o chefe X, chegue ao fim do jogo; outros, porém, exigem façanha mais complexas e opcionais dos jogadores, como matar um chefe sem tomar dano, dar 100 pulos em determinado local de certa tela, apenas para ilustrar.

Fato é que há tanto jogadores que são completamente fissurados em obter troféus e conquistar, quanto aqueles que não dão a mínima para o assunto.

Este que vos escreve, encontra-se entre os primeiros. Antes de possuir um PS3 eu costumava jogar bastante o XBOX do meu cunhado. Até tentava obter algumas conquistas, mas como o videogame dele era destravado, não era possível conectar-se à LIVE, de forma que eu não tinha como fazer as conquistas online (as quais, assim como muitos dos amantes de conquistas e troféus acho extremamente irritantes e desnecessárias), e por isso acabava não indo mais a fundo.

Tudo mudou quando adquiri meu PS3, de início não prestei muita atenção para os troféus aparecendo no canto da tela...foi então, quando terminei meu primeiro título de PS3, Demon´s Souls, que foi lá e vi vários troféus ainda não obtidos. Como eu só possuía um jogo, continuei jogando para completar os 100%. Foi minha primeira platina. Depois veio Dark Souls, e outros...

Por mais difícil que um jogo possa ser, ou por mais insano que seja o requisito para a obtenção de um determinado troféu, com esforço e dedicação ocasionalmente pode-se obtê-lo. O problema são os troféus multiplayer. Com a crescente “moda” dos produtores de enfiar indiscriminadamente um modo online em tudo o que é jogo lançado, fica cada vez mais difícil e frustrante platinar/atingir 100% dos jogos. Isso porque os troféus online geralmente exigem, primeiro, que você jogue o modo multiplayer, o que nem todos os jogadores estão dispostos a fazer – porque diga-se de passagem, a maioria deles é horrível. Modos chatos e repetitivos, com servidores instáveis e com uma tremenda dificuldade de encontrar partidas.

Como se não bastasse, as exigências para os troféus multiplayer são ainda piores. Não basta você jogar uma partida online  - uma grande sacada no caso do Uncharted 3, você joga uma partida, se gostar, legal, jogue mais. Se não gostar, nunca mais entre nessa porcaria, e continue jogando o modo single player, que por sinal é excelente, e pronto, lá está seu troféu – nããããããõooo, você tem que jogar, atingir o nível máximo - o que leva horas e horas e dias e mais dias de algo que os jogadores não estão a fim de fazer -, e além disso ainda tem que se provar o melhor dentre os melhores, superando pontuações dos outros jogadores, ganhando medalhas em eventos, etc.

No modo single player tudo bem exigir que você seja o melhor. É a sua habilidade contra a do computador. Agora exigir certos requisitos em uma partida multiplayer para obter um troféu é absurdo. Para começar há a questão dos servidores, do lag, das desconexões, da demora para encontrar uma partida. Depois há ainda a chance de topar com jogadores de níveis superiores, e por fim, há todo o fator sorte envolvido. Nem sempre o melhor jogador é aquele que vence a partida, o último sobrevivente, etc...

“ah, mas e quem gosta do modo multiplayer?”. Embora eu ache ridículo essa necessidade de todos os títulos mais atuais contarem com um modo multiplayer, que nada tem a ver com a história do jogo (porque, no fim das contas, todos eles não passam de um mata-mata estúpido, vide Tomb Raider, Batman: Arkham Origins, etc), acredito que cada um tem o direito de gostar ou não de um modo multiplayer. Portanto, ok, se querem por o bendito modo multiplayer (uma bela desculpa para microtransações), coloquem, afinal, nem todos se importam com troféus, razão suficiente para que tal modo de jogo continue lá. Mas então, que ao menos as produtoras tenham a decência de parar de colocar troféus com requisitos que te obriguem a jogar o multiplayer por horas e horas a fio. Se querem uma razão para que as pessoas experimentem o multiplayer e decidam se gostam ou não, façam como o já mencionado Uncharted 3: um troféu para você jogar 1 partida no multiplayer e pronto. Gostou? Legal, vai jogar mais. Não gostou? Tudo bem, não vamos forçá-lo a ficar perdendo tempo com essa chatice para completar os 100%.

Outros jogos que acertam em cheio na questão do multiplayer, tanto pela qualidade do mesmo quanto por não vincular troféus ao modo, são Demon´s Souls, Dark Souls e o mais recente Dragon´s Crown. Neles o multiplayer é integrado de tal forma ao jogo em si, que basta você estar conectado à internet e pronto, a qualquer momento você pode encontrar com outros jogadores (tanto para ajuda-lo quanto para mata-lo). E, se em qualquer momento sua conexão cair, você continua seu jogo single player normalmente. Isso é um modo multiplayer inovador, bem feito e divertido. Você não precisa sair do jogo e entrar em um menu separado para jogar uma coisa mal feita que se resume a ficar atirando uns nos outros. E o melhor, você pode platinar o jogo sem ter que jogar com os outros jogadores. Sim, você pode deixar no off-line e fazer a festa.

Agora, voltando à questão dos troféus/conquistas em si, não se trata de algo tão inovador ou exclusivo dessa geração. Se olharmos para trás, na época dos 16 bits, vamos nos lembrar de Super Mario World, que tinha um percentual que indicava o quanto se havia completado do jogo, e para fazê-lo era necessário seguir certos caminhos, descobrir e completar telas secretas.  Donkey Kong Country seguia a mesma linha, e assim por diante.

Se olharmos mais para trás ainda, nos primórdios dos games eletrônicos, vamos reparar que a quase totalidade possuis “scores”. Registros de pontos acumulados.

Isso tudo serve ao mesmo propósito que os troféus/conquistas: um senso de realização. Uma razão para que os jogadores continuem jogando, mesmo após ter completado o jogo; uma forma de fazê-los desejar superar seus próprios limites e de provarem-se perante outros jogadores através daquilo que conquistam.

Diante disso é que admito ser um grande caçador de troféus (sempre vou me lembrar das horas e horas e dias e mais dias dedicados a fazer 100% no Mario e no Donkey Kong), e discordo veementemente daqueles que acham tais implementos desnecessários.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Resenha: Batman Arkham Origins



Pretendia fazer essa resenha antes, mas optei por primeiro terminar o jogo e testar todos os modos.

Bom, uma semana depois, aqui está com o mínimo possível de spoilers.

O jogo é uma “prequel”, ou seja, sua história antecede Arkham Asylum e Arkham City. Trata-se de Batman com apenas dois anos de carreira.

Se você gostou dos dois jogos anteriores, então este é o jogo certo para você! O mesmo clima, a mesma jogabilidade e a mesma mecânica. E isso é bom? No meu ponto de vista SIM. Claro, nem tudo é perfeito, pois uma vez que como a jogabilidade foi mantida, os problemas das versões anteriores (pequenos e não tão importantes, mas que às vezes enchem o saco) persistiram.

O que muda então? 

O mapa ficou maior. Agora podemos explorar toda Gotham City, que, na época em que o jogo se passa, ainda não sofreu as modificações que moldariam certos distritos (como pode ser visto em Arkham City). Por conta disso foi adicionado o modo de viagem rápida por meio do “Batwing”, mas para utilizá-lo é preciso primeiro desativar torres em pontos estratégicos da cidade.

Claro, há também o diferencial da estória do jogo. Ela até que ficou interessante, com uma bela reviravolta na trama logo nas primeiras horas – quem for bem observador vai matar a charada logo no primeiro momento.

Para manter a tradição, há inúmeras missões paralelas e coletáveis do Charada. Há também missões no estilo detetive, onde Batman analisa cenas de crimes e com base nas pistas encontradas vai atrás dos suspeitos e crimes em andamento a serem impedidos por toda a cidade.

Depois de terminado o jogo (recomendo que vejam o que há após os créditos), há a opção do New Game + (um novo jogo mantendo todos os seus upgrades) e o modo “I Am the Night”, no qual o jogador possui apenas uma vida para chegar ao fim do jogo. Sim, uma vida. O jogo realiza os auto saves, para caso o jogador precise interromper a partida, mas uma vez que você morre, adeus, terá de começar do início. Eu sinceramente não duvido que ainda veremos alguma DLC oferecendo vidas extras para esse modo...afinal, não seria a primeira empresa a pensar nisso.

Existe também o modo desafio, semelhante aos presentes nos antecessores.

E por fim, há o Modo Online. Presente pela primeira vez na série (Por que, meu Deus??!!! Por Que??!!). Vou deixar bem claro que acho essa moda de enfiar modos online em tudo o que é jogo, ridícula. Existem jogos, especialmente como este, focados na experiência single player, em que um modo online não serve para nada. E, depois de jogado uma ou duas vezes acaba sendo deixado de lado, pois se torna chato e repetitivo – há também a questão dos troféus e das conquistas, mas vou deixar isso para outro tópico. 

O fato é que não consegui jogar o multiplayer para dizer como é. Pelo pouco que vi, pareceu ser jogável, e talvez até divertido a princípio...mas ainda assim acho que eu enjoaria rápido. Modos online bons são aqueles de Demon´s Souls e de Dark Souls, em que você joga normalmente e pronto, se estiver conectado os outros jogadores aparecem, se não, continua jogando normalmente...
Agora, a razão pela qual não consegui jogar online: os servidores horríveis da WB Games. Fiquei mais de meia hora tentando entrar em uma sessão: Aguarda...aguarda...aguarda...esperando jogador (8 são necessários)...esperando...esperando...quando finalmente os oito entram, iniciando sessão...iniciando sessão...a conexão foi perdida, tente de novo...esperando...esperando...esperando...esperando jogador....não entra ninguém...sai, entra de novo...e por aí vai. 

É aquela coisa, já que fazem tanta questão de inserir um modo online desnecessário (ou não, pois modos online servem de desculpa para que as empresas realizem cada vez mais micro transações; um visual novo, novos mapas, um boost de XP, essas coisas...) então que pelo menos invistam em um servidor decente, pois quem vai jogar quer colocar o jogo lá e JOGAR, não ficar meia hora olhando uma tela de loading enquanto o servidor tenta te encaixar numa sessão.

Fora o modo online, só acho que o jogo poderia ter melhorado colocando mais personagens heroicos jogáveis. Algo nos moldes de Arkham City, em que temos missões com a Mulher Gato e depois a DLC com o Nightwing. Mas quem sabe isso não aconteça em uma futura DLC? - uma já foi anunciada, na qual será possível jogar com Bruce Wayne em seu treinamento.

Enfim, vale a pena? Na minha opinião VALE. Como eu disse, se você gostou dos anteriores, e não espera um jogo com uma atmosfera e jogabilidade completamente diferentes, então Arkham Origins está RECOMENDADÍSSIMO

Noda 9 de 10 (só as lutas épicas com os chefes já valem a pena).

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Batman: Arkham Origins - Primeiras Impressões



Daqui a 3 dias será lançado Batman: Arkham Origins.

O jogo se passa no passado da trilogia, composta por Arkham Asylum e Arkham City.
Por enquanto não há muito o que falar, pois o jogo ainda não foi lançado. Mas hoje assisti ao vídeo de um gameplay, então, enquanto não chega a minha cópia para que eu possa resenhar, vou relatar minhas impressões com o vídeo.

É um gameplay relativamente curto, cerca de 17 minutos. Nele o protagonista é mostrado derrubando alguns bandidos pelos becos de Gotham, voando até a Bat Caverna, onde é possível interagir com Alfred, obter novos equipamentos e participar dos modos de treino e desafio. Por fim, o gameplay aborda uma missão na delegacia de Gotham, a qual Batman deve invadir para obter informações (uma vez que na época a polícia e Gordon ainda não viam Batman como um aliado).

Pelo que vi os gráficos e o estilo de jogo seguem o padrão da série. O sistema de combate também continua o mesmo. O gel explosivo continua presente, assim como muitos dos acessórios (que certamente serão acompanhados de outros inéditos).

Um grande diferencial positivo, a meu ver, é o cenário do jogo. Os jogadores terão toda a cidade de Gotham, em mundo aberto para explorar. Ao contrário de Asylum (em que o jogo ficava limitado às dependências do asilo Arkham) e City, em que, embora bem maior que o primeiro, o jogo se passava em Arkham City (os antigos distritos decadentes de Gotham, isolados do resto da cidade; um local para onde os criminosos eram banidos). Nesse sentido, portanto, creio que o jogo será longo e extenso, e torço para estar certo.

Outra mudança (a meu ver, não tão positiva) foi a inclusão de um modo multiplayer. Sinceramente não consigo compreender essa febre das produtoras de incluir modo multiplayer em todos os jogos lançados recentemente. Aliás, até entendo, apenas não aprovo. Mas vou deixar isso para outro post.
Ah, e quase no final do vídeo temos um vislumbre de Barbara Gordon. Certamente ela terá um papel a desempenhar na história do jogo, mas será que chegaremos a vê-la em ação, já nos primeiros passos para se tonar a Batgirl?

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Habemus (SQN) P$ 4K

Pois é. Cá estou no primeiro post deste novo blog.

Já faz algum tempo que eu tenho a ideia de criar um blog sobre videogames, mas a preguiça (e outras coisas menos agradáveis) sempre me fizeram adiar tal empreitada.

Em minha mente já bolei artigos, desabafos, reviews, críticas, mas nunca tomei coragem para criar o tal blog. Cheguei até, creio eu, a criar um título mais legal, o qual minutos depois esqueci, então provisoriamente pensei neste.

Mas vamos o que interessa. A razão deste blog finalmente ter criado vida foi nada menos do que o anúncio do preço do P$ 4(K). Console pelo qual eu me encontrava interessado, não por ser fã da Sony, pois não sou (nem de qualquer outra empresa), mas por ter gostado do PS3, por acreditar no potencial dos jogos exclusivos anunciados para o console e acima de tudo, pelo PREÇO (ao menos o preço lá fora).

E eis que vem a bomba! Um videogame...UM VIDEOGAME. Não é um carro, não é uma geladeira, não é um fogão, não... é um videogame. E por mais viciado que alguém possa ser, esse "treco" não é um item indispensável para a vida no mundo moderno. É um entretenimento, algo que deveria ter o preço mais acessível, dada sua finalidade.

Mas espere...ele TEM um preço acessível, lá fora, onde custa US$ 399,00.

"Ahhhh...mas aí é Brasil...o seu país tem a maior carga tributária do mundo...o dólar vale mais do que a sua moeda...etc...etc..."

Então vamos lá. Sou advogado. Atuo na área há quase 7 anos e, embora não seja meu ramo favorito do direito, gosto bastante de direito tributário, de modo que posso dizer que sei do que estou falando.

Sim, de fato a carga tributária brasileira é alta...

(e não pensem que isso é culpa da Dilma, ou desse ou daquele presidente com exclusividade...os governantes não ficam lá sentados na mesa olhando produto por produto e definindo o preço deles. Se você pensa assim vá estudar um pouco de política e processo legislativo. Ah, e também não existe o tempo "taxar de imposto" como vi em uma matéria por aí. Taxa e Imposto são duas espécies diferentes de Tributos....acalme-se...não vá começar a dar aula de direito tributário...esse é um blog sobre videogames...não precisa explicar que IPVA não serve para a manutenção das vias, pois é IMPOSTO e IMPOSTOS não tem contra prestação...o pagamento deles não enseja um contra serviço a ser prestado pelo Estado...o contribuinte os paga, pois como o próprio nome diz, eles são IMPOSTOS a ele.)

Certo, certo, mas então, isso, por si só, não justificaria tal preço?

 NÃO

Faça os cálculos:

US$ 399,00, multiplicado pelo câmbio do dólar, aplicando-se os impostos incidentes...e você teria algo entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00.

DE ONDE ELES TIRARAM ENTÃO ESSES OUTROS R$ 2.000,00, para chegar a um preço de R$ 4.000,00? Humm...deve ter sido para combinar com a versão do console: PS 4. 000...afinal dá uma imponência né...?

"O X BOX é 1, mas o PS é 4000"

O fato é que, não bastasse o valor obtido com o cálculo, que nada corrobora com as alegações da fabricante de que "a culpa é da alta carga tributária do Brasil", temos que levar em conta ainda o preço do XBOX ONE.

Lá fora ele custa US$ 499,00, cem dólares mais caro do que o P$4K. E aqui, ele chegou pelo preço de R$ 2100, 00 (ou algo assim). Ainda caro, pelo que é, e pela realidade financeira do brasileiro, mas ainda assim mais barato do que o concorrente.

Agora expliquem:

Como um produto que lá fora é mais caro (XBOX ONE), sujeita-se aqui ao mesmo câmbio e sofre a incidência dos mesmos tributos que o concorrente que possui menor preço (PS4), chega aqui por um valor BEM MENOR do que o outro?

Não tem explicação. Ou melhor, não tem explicação que não a falta de respeito para com o consumidor brasileiro.